Publicado originalmente em:
A chocante suspensão da Dra. Price
Por GAIL DINES
Tradução de Flávio Moreira
Por GAIL DINES
Tradução de Flávio Moreira
À medida que as faculdades se tornam mais corporativas ouvimos cada vez mais histórias de acadêmicos sendo punidos por ter a audácia de falar contra a maleficência corporativa. Isso não só limita a liberdade de expressão dos acadêmicos, mas também serve para, através do medo, forçar os professores a aderir ao discurso hegemônico.
O exemplo mais recente é chocante. Jammie Price, professora titular da Appalachian State University, foi suspensa no mês passado por exibir o documentário “The Price of Pleasure: Pornography, Sexuality and Relationships” (O Preço do Prazer: Pornografia, Sexualidade e Relacionamentos). Distribuída pela Media Education Foundation, uma das mais respeitadas produtoras de documentários progressistas no país, o filme pretende ver como a pornografia tradicional (“mainstream”) não só tem se tornado mais violenta e misógina, mas verdadeiramente se deita na mesma cama das maiores instituições financeiras como empresas de cartão de crédito, investidores em capitais de risco, empresas a cabo e hotéis (que ganham mais dinheiro com pornografia do que com consumo de minibares).
Após mostrar o filme a 120 alunos, três deles, claro, queixaram-se à administração da universidade alegando que a Dra Price estava exibindo “material impróprio” na sala. Não foi permitido à Dra Price saber quem eram os estudantes ou conversar com eles, foi-lhe negada uma audiência e foi imediatamente suspensa e informada de que não poderia entrar nos gabinetes ou salas de aula nas dependências do prédio de Artes e Ciências. Caso quisesse obter “materiais, arquivos de computador, recolher correspondência...” teria que ser escoltada por um membro da faculdade.
Que interessante que uma universidade decida que uma análise acadêmica de uma das indústrias mais lucrativas do mundo seja “imprópria”. O que exatamente esperam que ensinemos? Talvez se Jammie Price lecionasse em uma escola de negócios e mostrasse um caso sobre como matar no pornô ela poderia ter se safado. Ou, talvez, por segurança, a Dra Price deveria ter convidado um pornógrafo para promover seus produtos. Em 2008 a imprensa pornográfica ficou alvoroçada com a grande notícia que Joanna Angel, proprietária do site pornô Burning Angel, havia sido convidada para falar a uma turma de alunos de sexualidade humana na Universidade de Indiana. Não houve tentativa, por parte do site de notícias pornô X Critic, de fingir que esse seria um evento educacional quando escreveram: “Ela irá mostrar aos alunos clipes de seus filmes, distribuir brinquedos eróticos e iluminá-los com uma visão positiva da pornografia”.
O exemplo mais recente é chocante. Jammie Price, professora titular da Appalachian State University, foi suspensa no mês passado por exibir o documentário “The Price of Pleasure: Pornography, Sexuality and Relationships” (O Preço do Prazer: Pornografia, Sexualidade e Relacionamentos). Distribuída pela Media Education Foundation, uma das mais respeitadas produtoras de documentários progressistas no país, o filme pretende ver como a pornografia tradicional (“mainstream”) não só tem se tornado mais violenta e misógina, mas verdadeiramente se deita na mesma cama das maiores instituições financeiras como empresas de cartão de crédito, investidores em capitais de risco, empresas a cabo e hotéis (que ganham mais dinheiro com pornografia do que com consumo de minibares).
Após mostrar o filme a 120 alunos, três deles, claro, queixaram-se à administração da universidade alegando que a Dra Price estava exibindo “material impróprio” na sala. Não foi permitido à Dra Price saber quem eram os estudantes ou conversar com eles, foi-lhe negada uma audiência e foi imediatamente suspensa e informada de que não poderia entrar nos gabinetes ou salas de aula nas dependências do prédio de Artes e Ciências. Caso quisesse obter “materiais, arquivos de computador, recolher correspondência...” teria que ser escoltada por um membro da faculdade.
Que interessante que uma universidade decida que uma análise acadêmica de uma das indústrias mais lucrativas do mundo seja “imprópria”. O que exatamente esperam que ensinemos? Talvez se Jammie Price lecionasse em uma escola de negócios e mostrasse um caso sobre como matar no pornô ela poderia ter se safado. Ou, talvez, por segurança, a Dra Price deveria ter convidado um pornógrafo para promover seus produtos. Em 2008 a imprensa pornográfica ficou alvoroçada com a grande notícia que Joanna Angel, proprietária do site pornô Burning Angel, havia sido convidada para falar a uma turma de alunos de sexualidade humana na Universidade de Indiana. Não houve tentativa, por parte do site de notícias pornô X Critic, de fingir que esse seria um evento educacional quando escreveram: “Ela irá mostrar aos alunos clipes de seus filmes, distribuir brinquedos eróticos e iluminá-los com uma visão positiva da pornografia”.